quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Padeira de Aljubarrota

  • A Padeira de Aljubarrota é uma das personagens mais curiosas ligadas à famosa Batalha de Aljubarrota (século XIV), onde, mais uma vez, os portugueses venceram os castelhanos.

  • Já ouviste falar na Padeira de Aljubarrota?
    Não se pode afirmar com certeza que esta pessoa tenha existido, nem sequer que a história que se conta acerca dela seja verdade, mas ela vai estar sempre ligada à Batalha!

  • Uma coisa é certa: existiu alguém, de nome Brites de Almeida, que foi padeira naquela terra. E parece que era tão corajosa como a da lenda.
    Vamos contar-te o que se sabe dessa mulher.

  • Brites de Almeida nasceu em meados do século XIV em Santa Maria de Faaron (hoje conhecida como Faro) e os seus pais eram gente muito humilde.
  • Conta-se que quando era pequena já era alta, muito forte e musculada. E como era meio «Maria rapaz», gostava de resolver tudo com a ajuda dos punhos.
  • Parece que quando tinha 20 anos os pais morreram e ela usou o pouco dinheiro que eles lhe deixaram para aprender a usar uma espada (só os homens nobres é que o faziam!).
  • Então, para ganhar dinheiro, começou a usar os seus conhecimentos em feiras, onde fazia combates contra homens.
    Ora esta história chamou a atenção de um soldado que a desafiou: se o soldado ganhasse, Brites casava com ele. Se perdesse, ela matava-o.
    O que acabou por acontecer...

  • O problema é que matar (um soldado) é crime, mesmo nessa época. Por isso Brites fugiu. Roubou um bote com o objectivo de ir para Espanha, mas um grupo de piratas raptou-a e levou-a para Argel (na Argélia), onde a vendeu a um árabe rico.
  • (Acreditamos que nisto tudo há muita imaginação, que é o que acontece às histórias de aventuras contadas através dos tempos, mas... Continua a ler...)
  • No entanto, a «nossa Brites» não era pessoa para ficar presa. Passado um ano convence outros dois escravos portugueses a fugir para Portugal. Disfarçou-se de homem e seguiu para Torres Vedras, onde comprou dois machos e se transformou em almocreve (quem aluga e conduz bestas de carga).
  • Mesmo assim, os sarilhos não a largaram e, depois de se envolver em várias lutas e provocar algumas mortes na zona de Lisboa, Brites apanhou um barco para Valada, de onde, já vestida de mulher, acabou por ir parar a Aljubarrota.
  • Para sobreviver, já cansada e sem maneira de ganhar dinheiro, começou a pedir esmola à porta de um forno, o que chamou a atenção da padeira, já idosa, que reparou que Brites era uma mulher forte e que a podia ajudar. Assim, começou a carreira de Brites como padeira.
  • Um dia, já depois da velha padeira ter morrido e já sendo Brites a dona do negócio, deu-se uma grande batalha em Aljubarrota (aquela que te falámos no início).
  • Como a maioria do povo português, ela também estava do lado de D. João, Mestre de Avis, e não queria os espanhóis a governar Portugal.
  • Conta a lenda que, depois de Nuno Álvares Pereira vencer os espanhóis nessa batalha, Brites chefiou um grupo de populares que perseguiram os espanhóis em fuga.
  • Nessa noite de 14 de Agosto de 1385, ao regressar, a padeira chegou a casa e encontrou sete espanhóis escondidos no forno onde costumava cozer o pão.
  • Sem hesitar, pegou na pá de levar o pão ao forno e bateu-lhes até os matar, um a um, à medida que saíam do forno.
    Várias versões desta lenda aumentam o número de castelhanos e também o número de crueldades que a padeira lhes fez...
    Nós preferimos a versão mais simples em que, mesmo assim, a Padeira de Aljubarrota faz parte da História de Portugal, nunca mais sendo esquecida.

  • Claro que a sua história não acaba na época da Batalha. Parece que quando fez 40 anos se casou com um lavrador rico que a admirava muito e chegou a ter filhos.
  • Sabias que a procissão de Aljubarrota sai sempre no dia 14 de Agosto? E a pá que simboliza a vitória da padeira esteve presente nos andores durante muito tempo!

3 comentários:

Andreia disse...

Adorei mesmo esta história mas queria saber se esta lenda é verdadeira.
Beijinhos até à manhã.

Ines Soeiro disse...

Esta história foi bonita mas queria saber se aconteceu mesmo.Beijinhos da Inês Soeiro.

TIAGO SARAMAGO disse...

Gostei a muito desta historia

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