sábado, 29 de dezembro de 2012

Para um fim de ano bem docinho!


Bolo de chocolate no micro-ondas

  • 4 ovos
  • 2 chávena de açúcar
  • 2 chávena de farinha
  • 1 chávenas de chocolate em pó
  • 1 chávena de óleo
  • 1 chávena de leite morno
Preparação:

Misturar bem todos os ingredientes, excepto o leite. 
Quando estiverem bem misturados, juntar o leite morno e misturar até ficar um creme homogéneo.
Deitar numa forma de silicone ou num pirex e levar a cozer no micro-ondas durante 7 minutos, na potência máxima (700 watts).
Ao desenformar, escorre chocolate do fundo da forma que faz a cobertura do bolo.
Para quem não quiser cobertura, deixar cozer por 9 a 10 minutos, e fica um bolo húmido e cremoso, muito bom.

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A Pena da Galinhola

A Pena da Galinhola


Esta história passou-se há muito tempo. Há muito e muito tempo, tanto que eu já não sei se me lembro dela toda.
Começa com um lavrador que ia para a sua lavoura, pelo meio do mato. Nisto viu uma cobra a lutar com uma galinhola. O lavrador, já se vê, tomou partido da galinhola e deu uma grande sacholada na cobra que se partiu em duas, cabeça para um lado, rabo para o outro.
Então a galinhola falou assim:
- Eu sou o génio do bem e tu acabas de salvar-me do génio do mal. Podes pedir-me o que quiseres.
O lavrador não se fez rogado. Disse que lhe tinha acabado de nascer uma filha e que, como bom pai, queria para a menina tudo o que de melhor houvesse.
Disse a galinhola:
- A tua filha há-de ser formosa, bem prendada.
- E muito curiosa - acrescentou a cabeça da cobra, que ainda rabiava.
Tanto se cumpriria a sentença do génio do bem como a do génio do mal. A galinhola deu uma pedra do chão ao pai da menina e recomendou-lhe:
- Guarda esta pedra contigo, que é um talismã para proteger a tua filha. Mas que ela nunca lhe pegue.
O pai assim fez. Guardou a pedra numa gaveta e fechou-a à chave. Só ele e a mulher sabiam o que a pedra valia.
A menina cresceu. Um dia, os pais esqueceram-se da chave em casa. A menina, que era muito curiosa, foi abrir a gaveta. De lá tirou a pedrinha. Atirou-a pela janela fora.
Logo ali se armou uma grande tempestade que arrebatou a menina pelo ar. Ia morrer pela certa.
Mas uma pena de galinhola rodopiou à volta da menina, que a ela se agarrou como um náufrago se agarra à última salvação de um madeiro. A pena sustentou-se no ar e, depois, poisou-a, sã e salva, no chão.
O resto desta história muito antiga já não me lembro bem, mas parece que a menina foi ter aos jardins de um palácio, onde estava um príncipe que tinha perdido a pena do chapéu. Está-se mesmo a ver como a história vai acabar.
Por António Torrado | Cristina Malaquias- História do dia

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                                               A Viola do Firmino

A Viola do Firmino
O pai do Joca tem um amigo de quem o Joca muito particularmente gosta. Chama-se Firmino e toca viola. 
Da viola do Firmino, dos dedos do Firmino a beliscar as cordas da viola saem as músicas que ele quer. Ou que nós queremos. Que nós pedimos. 
- Toca lá esta, ó Firmino - pedem-lhe. 
E ele toca. 
- Toca lá agora esta, ó Firmino - pedem-lhe de seguida. 
E ele toca. 
O Firmino é muito amigo de fazer vontades e a viola parece-se com o dono em tudo. 
Um dia, o Firmino, que tinha de ir dar umas voltas em que a viola era um peso, pediu ao pai do Joca se lha guardava, lá em casa, até ao dia seguinte. Ele depois viria buscá-la. 
- Está descansado, Firmino - disse o pai do Joca. - Cá em casa fica bem guardada. 
Foi o que o Joca quis ouvir. Há tanto tempo que ele queria experimentar aquela viola! Quando o pai virou costas, pôs-se a mexer nas cordas da viola como via o Firmino fazer. 
Mas a viola, em vez de cantar, como era seu costume, em vez de tocar música catita, queixou-se. 
Quanto mais o Joca lhe mexia, mais ela se lamentava. Eram guinchos, gemidos, chorinhos e rangidos de arrepiar. 
O pai do Joca veio lá de dentro e zangou-se. 
- Quem te autorizou a pegar na viola do Firmino? Não vês que podes estragá-la? 
- Estragada já ela está - respondeu o Joca. - Não toca nada que preste. 
O pai, mais compreensivo, disse, então: 
- Para que ela toque precisa de boa companhia. Ou julgavas tu que as violas tocavam sozinhas? 
Resumindo e concluindo: o Joca anda agora a aprender a tocar viola. Com muito empenho. E o professor já sabem quem é. Não adivinham?
 Por António Torrado | Cristina Malaquias- História do dia

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

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A Filhó Dourada


A Filhó Dourada



A história que vou contar chama-se: "A Filhó Dourada". Douradas, muito douradinhas são elas todas, empilhadas na travessa, como um castelo por conquistar.
As últimas são as melhores. Têm mais açúcar, desfazem-se mal lhes tocamos? A gente pega delicadamente numa das que sobraram, dá-lhe um impulso que a ponha a deslizar na travessa, para ensopar bem, e num gesto rápido, sem pingar a toalha, mete-a na boca. O estalar dela, de encontro aos nossos dentes, é música com açúcar.
Naquela ceia de Natal, todos tinham comido filhós.
- Estão uma delícia - comentavam.
E, porque estavam uma delícia, não tinha sobrado senão uma, no fundo da travessa. Era uma ilha minúscula e redondinha, rodeada por um mar de açúcar. Todos os olhos fitavam a filhó, que estalava em reflexos de oiro. Uma tentação.
À roda da mesa, diziam para o avô:
- Só ficou uma filhó. Porque é que a não come?
O avô, então, virava-se para a avó e segredava-lhe:
- Come tu, anda lá.
A avó não queria.
- Comam vocês - dizia ela, apontando para a filhó e para os filhos.
- Eu já comi muitas - desculpava-se um.
- Também tenho a minha conta - dizia outro.
- Nem mais um bocadinho - declarava um terceiro.
Parecia que nenhum queria tomar a responsabilidade de comer a filhó. No entanto, ela lá estava muito dourada, a recortar-se no meio da calda de açúcar. Apetecia mesmo ver e comer.
Mas, à volta da mesa, não se decidiam. E a filhó, a última filhó, andava de boca em boca, sem se fixar na boca de ninguém. De oferta em oferta, chegou a vez da tia Luísa propor:
- Os pequenos que comam. Sempre quero ver qual dos meus sobrinhos chega primeiro à filhó.
Os meninos não se precipitaram sobre a filhó apetitosa, como seria de esperar. Cada um ficou à espera do primo ao lado, e o primo ao lado do outro primo ao lado. Fosse por acanhamento ou fosse por que fosse.
- Afinal ninguém a come - observaram do outro extremo da mesa. - Esta filhó deve ter mágica.
Olharam uns para os outros e sorriram.
A ceia estava no fim. Os meninos tinham sono. O avô cabeceava. Começou a ouvir-se o arrastar das cadeiras. Era a debandada.
- Amanhã se arruma a casa - disse a tia Luísa, e apagou a luz da sala de jantar.
Quando todos já se tinham ido embora, a filhó, no lusco-fusco, ao meio da mesa, começou a brilhar. Intensamente. Acreditem ou não, como se tivesse luz dentro. Como um pequeno sol ou um bocadinho de oiro, a desfazer-se em açúcar.
 Por António Torrado | Cristina Malaquias- História do dia

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

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O Pinheiro Descontente

O Pinheiro Descontente

No meio da floresta, vivia um pinheirinho muito envergonhado. Queixava-se ele de que tinha umas folhas insignificantes, tão magras e aguçadas, que as outras árvores, por troça, diziam:
- Tu não tens folhas. Tens agulhas, em vez de folhas.
Isso custava-lhe. Magoava-o. Entristecia-o.
A fada Flora, para alegrar o pinheirinho, vestiu-o, uma vez, de oiro e de prata.
Estava lindo. Sentiu-se outro. Perdeu as mágoas.
Mas um ladrão, que se tinha escondido na floresta, ao ver tal fortuna em ouro e prata, roubou-lhe as folhas todas.
Ficou o pinheirinho num grande desespero. O tronco e os ramos tiritavam, despidos de folhas.
Então, a fada Flora voltou a condoer-se do pinheiro triste e nu. Fez uma nova mágica e o pinheirinho, no dia seguinte, acordou coberto de agulhas de vidro tilintante.
Assim, sim! Nada podia acontecer-lhe de mal, porque o vidro não atrai cobiça.
Só não contava com o vento, que veio a correr, para admirar de perto tal maravilha. Desastrado como ele é sempre, abanou a pequenina árvore tanto que as folhas de vidro bateram umas nas outras. Caíram no chão e partiram-se.
Lamentou-se o pinheirinho:
- Afinal, mais me valiam as minhas antigas folhas verdes e aguçadas.
A fada Flora, cheia de paciência, tornou a dar-lhe o fato antigo de árvore verdadeira. Talvez ela já tivesse calculado que assim voltaria a acontecer. Talvez ela tivesse feito tudo de propósito...
Fosse como fosse, o pinheirinho estava, finalmente, feliz.
De longe em longe, muito de longe em longe, não disfarça um curto suspiro de saudade:
- Que bem que eu ficava, vestido de ouro e prata. E que bonito, todo cobert
o de vidro.
Mas é um pensamento de raspão e passa-lhe depressa.
No entanto, a lenda conta que alguém, adivinhando os pensamentos do pinheirinho, resolveu enfeitá-lo com lindas bolas de vidro de todas as cores e fios de prata e de ouro a fingir.
Assim nasceu o pinheiro de Natal.
 Por António Torrado | Cristina Malaquias - História do Dia

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

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A Estrela de Prata


A Estrela de Prata



Numa árvore que eu cá sei - que nós sabemos - estão uma estrela de prata e uma bola de cristal.
- Que fazemos aqui? - perguntou a estrela.
- Estamos a enfeitar - respondeu a bola.
- O que é enfeitar? - perguntou a estrela.
- É fazer vista, ornamentar, alindar... - respondeu a bola de cristal.
Passou-se um tempo e a estrela perguntou de novo:
- Porque estamos a enfeitar?
- Porque esta árvore não é como as outras. Os frutos dela são raros.
Aparecem um dia, luzem o seu quê, conforme sabem ou podem, e depois são colhidos e guardados, até para o ano.
A bola de cristal tinha muita experiência de outros Natais, ao passo que a estrela era nova, de prata fresca, e não sabia quase nada. Mas tinha ouvido falar que havia estrelas cadentes, estrelas que caem do céu e no céu desaparecem, num sopro de luz.
- Não serei uma dessas? - perguntou à bola.
- Talvez sejas, talvez não sejas... Mas não experimentes.
Passou-se um tempo mais, e a estrela guardou para si aquela ideia, uma ideia pequenina. ?Não experimentes", dissera-lhe a bola. E se experimentasse? Foi o que fez.
Caiu, num susto, mas como era leve, inocente e frágil, uma corrente de ar, vinda de uma porta aberta, algures, levou-a consigo.
Levou-a consigo e fê-la poisar, sem estrago, no fofo musgo.
- Olha, é a estrela da gruta - disse alguém que estava a armar o presépio.
E estrela do presépio ficou.
Donde estava, onde a puseram, via o presépio, os pastores, os reis magos, as lavadeiras com a trouxa à cabeça, as leiteiras com a bilha à cinta, os vagabundos, o moleiro, o azeiteiro e todo o povo do presépio e mais as pessoas de carne e osso, que vinham admirar aquela lindeza, sorrir para o Menino Jesus e olhar para a estrela, suspensa do alto da gruta.
Estrela de oito pontas que era, a apontar em todas as direcções, nem ela sabia para onde, brilhou imenso. Brilhou o mais que pôde.
Para o ano, a estrela de prata já tem muito que contar à bola de cristal.
 Por António Torrado | Cristina Malaquias

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

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Oficina dos Brinquedos


Oficina dos Brinquedos
Começa num sótão de uma velha casa a história que vamos contar. De uma mala entreaberta sai uma vozinha queixosa:
- Está frio, hoje! A quantos estamos?
"Talvez em Dezembro", “Parece-me que em Novembro...", "Não sei se em Janeiro...", respondem várias vozes estremunhadas.
- O cuco do relógio sabe. Dêem-lhe corda que ele diz - lembra outra voz mais esperta.
Da mala entreaberta sai um ursinho cor de canela, mas um pouco descorado. Espreguiça-se, volta a espreguiçar-se e trepa custosamente a um escadote. Pendurado na parede e parado está o relógio de cuco, que já se não usa. O que se não usa está usado ou estragado, no sótão fica guardado.
- Não trabalho, mas faço contas de cabeça - diz de lá o cuco. - Se perco a conta ao tempo, nunca mais me acerto.
- Anda lá, despacha-te, e diz-nos a quantos estamos! - impacienta-se o ursinho de peluche.
- Neste momento são precisamente nove horas, treze minutos e vinte e cinco segundos... Cucu... cucu... cucu...
- O dia, o dia! - exigem várias vozes do rés-do-chão.
- ... do dia 24 de Dezembro de... Cucu... cucu... cucu...
- Véspera de Natal, imaginem - e uma boneca de cabelo emaranhado e saia traçada salta de uma gaveta a correr.
- Para onde vais tu com tanta pressa? - pergunta-lhe, do cimo do escadote, o ursinho cor de canela.
- Vou arranjar-me para a ceia. Estou atrasadíssima.
Um palhaço amolgado aparece, a piscar os olhos, detrás de uma velha cómoda.
- Vai ver-te ao espelho, boneca tola! - diz-lhe ele.
- Detesto espelhos... - e a boneca põe-se a chorar.
De caixas, gavetas e arcas saem mais bonecos e brinquedos. Soldadinhos de espingarda partida, cavalos sem orelhas, macacos de algodão com o algodão à mostra, burros de pasta ratada e até um carro de bombeiros, equilibrado em três rodas, acorrem ao choro da boneca.
- Há novidade? Há fogo, inundação, desastre? É preciso ajuda? - perguntam os bombeiros uns aos outros.
O palhaço amolgado tranquiliza-os:
- Nada disso. É ela que não se conforma e não acredita que já ninguém a quer. Quem precisa de uma boneca velha?
- Pois é. Já não prestamos para nada - comentam os outros bonecos.
Lentamente, esgaçados uns, esbarrigados outros, rachados uns quantos, regressam às gavetas, arcas, sacos e caixas... Estas conversas não adiantam. Mais vale dormir.
Mas o urso de peluche, que continua empoleirado no cimo do escadote, fala para a boneca, de forma a que os outros oiçam:
- Estou, daqui, a ver a máquina de costura antiga. No armário há vestidos pendurados, tão velhos como nós, mas alguns de bom tecido. Lembrei-me de que tu podias...
A boneca limpa as lágrimas e levanta os olhos para o ursinho:
- Que linda ideia! Achas que posso?
Mais brinquedos oferecem os seus serviços.
- De caminho, podias consertar-me a barriga - pede o macaco de algodão. - Estou todo descosido.
- Também me dava jeito que me pregasses as orelhas... - lembra o cavalo de feltro.
De novo a voz do ursinho de peluche, do cimo do escadote:
- Do meu mirante também vejo latas de tinta, que os pintores, que andaram a arranjar a casa, aqui deixaram.
- Estamos mesmo precisados de fardas novas.
- E nós! E nós! - ecoam os bombeiros.
- Pregos, martelos e outras ferramentas não faltam, por aí espalhados - grita, cada vez mais alegre, o ursinho de peluche. - Mãos à obra, meus amigos!
Digamos já, para encurtar a história, que aquele sótão, há pouco triste e sonolento, se transformou numa animada oficina de brinquedos.
- E agora? - perguntam os bonecos, com caras novas e vestidos floridos.
- Agora vamos descer pela chaminé - comanda o urso. - Já deve faltar pouco para a meia-noite. Que grande surpresa vai ser!
O pêlo do ursinho de peluche está eriçado de entusiasmo.
Na manhã seguinte:
- Alfredo, vem ver o que está na chaminé!
- Que é, Noémia? Caiu algum tijolo?
- Qual quê, homem! Anda ver. Caíram bonecos e brinquedos do telhado. Foi, com certeza, o Pai Natal.
- O Pai Natal? Na nossa idade?
O senhor Alfredo ficou embasbacado. Imaginem dois amáveis velhinhos, o senhor Alfredo e a dona Noémia, únicos habitantes daquela casa, a olharem, sem acreditar, para as surpresas reluzentes que o Pai Natal lhes deixou na chaminé...
- Repara, mulher: aquela boneca não é parecida com a que demos à nossa filha? E aquele macaco? Naturalmente, caíram do sótão. O soalho deve ter dado de si... Vou lá acima ver.
- Deixa lá isso, agora! Repara que estes brinquedos estão como novos. Parece que o tempo não passou por eles.
- Até é mal empregado que estejam lá em cima a estragar-se. E se fôssemos...? - sugere o senhor Alfredo.
- Vamos - responde a dona Noémia.
O senhor Alfredo e a dona Noémia entendem-se por meias palavras, mas nós, nas linhas desta história, temos de contar as palavras todas. Saibam, pois, que graças aos dois simpáticos velhinhos, transformados, para o efeito, em ajudantes de Pai Natal, os brinquedos do sótão voltaram a conhecer as mãos macias dos meninos.

Por António Torrado | Cristina Malaquias - História do dia

domingo, 23 de dezembro de 2012

Histórias e mais histórias...

Entrevista com o Pai Natal


Entrevista com o Pai Natal


Fomos encontrá-lo a fazer embrulhos e a arrumar sacos e malas no porta-bagagens do trenó. Para meter conversa, visto que o Pai Natal, sujeito muito modesto, não gosta de ser entrevistado, perguntámos-lhe:
- Então, muito trabalho, este ano?
- Nem calcula! É que as meninas e os meninos estão cada vez mais exigentes. Só querem brinquedos caros e volumosos. Ora, eu, francamente, já não tenho forças para carregar com tanta coisa! Tome o peso a esta caixa, faça favor.
Nós pegámos na caixa e concordámos que era pesada.
- É um comboio eléctrico inteirinho, com os comandos, carruagens, baterias, central, estações e apeadeiros. Pois multiplique este peso por centenas e centenas. Veja o meu trabalho! E não tenho ninguém que me ajude.
Tivemos pena do Pai natal.
- Claro que os meninos, depois, queixam-se de que eu não trouxe tudo o que eles pedem... Pois como havia de ser de outra forma? Para chegar a todos - e nem faz ideia quanto me custa nem sempre chegar a todos - tenho de reduzir a encomenda de cada um. O porta-bagagens do trenó não é elástico e as minhas forças também têm limites.
- Só a sua paciência, Pai Natal, é infinita - dissemos-lhe nós, a ver o que ele respondia.
- Nem sempre, meu amigo, nem sempre! Quando recebo cartas como esta, perco a paciência. Ora leia.
Desdobrou uma folha de papel e deu-nos a ler. A carta era assim:
Querido Pai Natal:
Queria pedir-lhe uma boneca daquelas grandes, que eu vi, no outro dia, numa montra, quando fui sair com a minha mãe. Queria o enxoval completo da boneca, uma banheira para lhe dar banho, um pente, uma escova e um secador para cabelos de bonecas. Queria também um serviço de chá para bonecas, um triciclo, um jogo e uma lapiseira azul. Para a minha irmã não mande nada, porque ela só sabe estragar-me os brinquedos.

Beijinhos da sua amiga
Luísa"

- Leu tudo? Que tal aquele bocadinho em que ela diz para eu não dar nada à irmã? Veja se não é de um pessoa perder a cabeça!
- Mas não a perca, Pai Natal - dissemos. - A sua cabeça, onde cabem milhões de nomes, moradas e pedidos, é preciosa.
- Nem me fale disso! Já não tenho memória para tanta coisa. Os pedidos são muitos, as listas aumentam de ano para ano...
 -Não diga que já trocou encomendas? - perguntámos.
O Pai Natal, com a sua longa experiência, deve ter imensas histórias para contar.
- Se tenho! - e as bochechas rosadas do Pai Natal alargavam-se num grande riso. - Calcule que, uma vez, num bosque, o Lobo Feroz confundiu-me com o Capuchinho Vermelho. Dei-lhe uma cacetada como prenda, mas deixei-lhe um livro com a "História do Capuchinho Vermelho", para que ele lesse até ao fim.
- Que faz o Pai Natal quando o Natal acaba? - perguntámos.
- Descanso umas semaninhas e, depois, ponho-me a trabalhar para o Natal seguinte. Viajo muito, corro todas as exposições e fábricas de brinquedos, tiro apontamentos, faço as minhas encomendas... Quando calha, disfarço-me de velho mendigo e vou ter com os meninos, que tantos trabalhos me deram.
- E que sucede? Os meninos acarinham-no, falam consigo, dão-lhe alguma prenda? - quisemos nós saber.
- Isso sim! Sofro cada desilusão, meu amigo, que é preferível ficarmos por aqui. Talvez para o ano que vem lhe conte mais coisas.
Couberam ao Pai Natal as últimas palavras da entrevista. Aguardemos um ano e, até lá, vejam se não desiludem o Pai Natal.
 Por António Torrado | Cristina Malaquias - História do Dia

sábado, 22 de dezembro de 2012

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Sobremesa com Açúcar
Sobremesa com Açúcar


- Eu gosto muito de arroz doce - disse um menino.
- Eu gosto mais de leite creme - disse outro menino.
Os dois resolveram fazer um inquérito, entre os colegas da aula. Descobriram, então, que dez eram adeptos do arroz doce e outros dez puxavam mais para o leite creme. Havia ainda três (a classe tinha vinte e cinco) que tanto se lhes dava arroz doce como o leite creme. Do que eles gostavam era de bolo de bolacha.
Onze para um lado. Onze para outro. Está-se mesmo a ver a consequência: um jogo de futebol. Os três apreciadores do bolo de bolacha formavam a equipa de arbitragem. O jogo começou muito favoravelmente para o grupo dos Leite Creme, porque, logo ao primeiro minuto, um defesa dos Arroz Doce, num passe azarado, meteu um golo na própria baliza.
Um a zero a favor dos Leite Creme. Chegar ao empate custou algum esforço aos Arroz Doce, mas lá conseguiram.
Um a um, igualdade entre Leite Creme e Arroz Doce.
Nisto, o árbitro, sempre imparcial, marcou uma grande penalidade contra os Leite Creme, porque um Arroz Doce, dentro da grande área, tinha sido agarrado pela camisola.
Goooolo! Dois a um, a favor dos Arroz Doce.
E ainda houve mais um goooolo, antes do intervalo. Três a um, a favor do Arroz Doce.
Na segunda parte, os Leite Creme recuperaram bem e o jogo terminou numa igualdade: três a três.
Mas, depois, o desafio teve que ser anulado. Porquê?
Porque se soube que um elemento, que alinhava pelos Leite Creme, dava, secretamente, a sua preferência ao Mousse de Chocolate e, lá na rua dele, jogava pelos Pudim Flan. Tinha mais olhos que barriga.
 
Por António Torrado | Cristina Malaquias - História do Dia

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Marcador de livros - Origami

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Silva e Pinheiro
Silva e Pinheiro


O senhor Pinheiro é um emproado. Quando chega ao trabalho, não cumprimenta ninguém e vai logo enfiar-se no seu gabinete, como se fosse a única pessoa daquele escritório.
Em contrapartida, o senhor Silva é um homem gentil, sempre de sorriso afável e muito amigo de ajudar. Lá no escritório, todos gostam dele.
Estava eu a meditar nas diferenças do mundo e comportamento oposto dos meus dois colegas, quando me ocorreu esta história ou fábula entre um pinheiro e uma silva.
Era a árvore mais imponente do lugar. De pescoço altivo, o pinheiro bravo não prestava atenção aos seus vizinhos de baixo, pinheiritos jovens e alguns arbustos, como a silva, a ensarilhar uma moita.
Mas a silva, enervada com tanta prosápia, interpelou-o, como quem pede explicações:
- Fale à gente. Somos todos cidadãos do reino vegetal, uns mais altos do que os outros, mas todos com raízes no mesmo chão.
- Julgas tu - respondeu-lhe o pinheiro. - Eu pertenço mais ao céu do que à terra. Os meus ramos e a minha copa quase tocam as nuvens. Não tenho nada a ver com vocês, insignificantes e rasteiras plantas, a cobrirem-se de pó.
No meio do seu emaranhado de picos, a silva mais se retorceu de indignação, mas não quis sustentar a disputa. Àquele pinheiro nada o convencia.
Convenceu-o um lenhador, que por ali passou. Bateu no tronco possante e disse:
- Está na conta.

 E começou à machadada ao pinheiro. A desmoronar-se sobre a terra, num grande gemido, o pinheiro formulou um último desejo: Quem me dera ser silva...". Mas não lhe serviu de nada.
Um dia destes, hei-de dar a ler esta história ao senhor Pinheiro. Talvez dela tire algum proveito, quem sabe?
 
Por António Torrado | Cristina Malaquias - História do Dia

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Encontro com Daniel Completo



No dia 5 de dezembro estava previsto um encontro com a escritora Luísa Ducla Soares e com o músico Daniel Completo para lançamento do livro "Lendas e Romances". Infelizmente a escritora não pôde estar presente por motivos de saúde.

Durante este encontro cantámos várias canções, entre elas, "Dom Fuas Roupinho" que ensaiámos na nossa escola.

Clica aqui para ouvires a música "D. Fuas Roupinho"

sábado, 1 de dezembro de 2012

Matematiquices



Foi oferecido à nossa escola algum material escolar ...
cadernos - 235       canetas - 1245             borrachas - 654             afias - 131


1. Que quantidade de material escolar recebeu a nossa escola?

2. Recebemos mais cadernos ou afias? Quantos a mais?

3. Quantas borrachas faltam para um milhar?

4. Como se lê o nº de canetas por extenso e por ordens?